Constelação “O Cante como Futuro"
Alvito, 29 nov 2025, 11h
Local Taberna Papa-Borregos
Entrada livre
As Constelações são encontros entre convidados com práticas diferentes, para um momento de diálogo e reflexão partilhada, em torno de temas como a oralidade, a fisicalidade e a visualidade.
Em Alvito este debate vai decorrer na sede do Grupo Coral Papa Borregos, e o tema explorado será o futuro do cante alentejano, com a participação de Ana Santos, Bruno Tasanis e Paulo Ribeiro.
Por ocasião dos 11 anos da inscrição do Cante Alentejano como Património da Humanidade pela UNESCO, celebrados a 27 de novembro, recordamos não só o reconhecimento internacional do seu valor, mas também a responsabilidade de pensar o futuro do cante: como o preservar, como o transmitir e como o fazer dialogar com as novas gerações. O objetivo não é celebrar o cante apenas como algo do passado, mas como uma prática viva, que continua a evoluir e que precisa de estratégias claras para garantir a sua continuidade.
Ana Santos é compositora e multi-instrumentista, sendo os seus principais instrumentos o violino, violino-barítono e a viola campaniça. Vive na aldeia, no sul de Portugal. Estudou Arqueologia na Universidade de Évora, mas foi na área de Musicologia que se licenciou e é Mestre em Estudos Artísticos pela Universidade de Coimbra. Para além do seu trabalho como instrumentista, compõe regularmente para cinema, podcasts e espectáculos de teatro e dança. É co-criadora e membro integrante dos espetáculos “Elemento Árabe”, com o Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, RAIA e Ricardo Falcão, e "Além Cabul" que junta músicos de vários cantos do mundo numa viagem entre o Afeganistão e o Alentejo. Desenvolve um projeto de contos e música com a contadora de histórias Cristina Taquelim, é membro integrante da banda de Celina da Piedade e tem colaborado com vários artistas como Eduardo Paniagua, Rodrigo Leão, Conjunto!Evite, para além de orquestras e outros projetos artísticos. Lançou recentemente o seu primeiro trabalho discográfico a solo “Água e tudo o que ressoa”.
Bruno Tasanis é Técnico Superior na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, onde promove a valorização da região e a cooperação inter-regional.A frequentar o mestrado em Políticas Públicas e Projetos na Universidade de Évora. Tem um forte envolvimento em associações sindicais, estudantis e culturais, tendo sido no passado e no presente dirigente em várias delas.
Passagens pelo poder local (autarquia), organismos do ministério da defesa, mar e justiça proporcionam-lhe uma visão ampla da intervenção do estado na vida dos cidadãos.
Natural de Alvito, apaixonado pelo Alentejo e pela sua cultura, acredita no seu potencial e tem uma visão de futuro para o nosso território.
Paulo Ribeiro é cantautor apaixonado pelo Alentejo, sempre presente na sua música. Autor de novas modas para o Cante Alentejano, compositor de bandas sonoras, música para peças de teatro e performances de poesia, o seu nome está ligado a projetos como Anonimato, Mosto, Baile Popular ou Tais Quais, entre outros. Desenvolve há mais de duas décadas um intenso trabalho em torno do Cante, em colaboração com alguns dos mais representativos Grupos Corais.Tem vários discos editados a solo e em grupo, entre os quais se destacam os mais recentes “O céu como tecto e o vento como lençóis” a partir da obra poética do escritor Manuel da Fonseca, “As Novas Aventuras dos Tais Quais” e “É assim…Uma Espécie de Cante” em parceria com o grupo coral “Os Camponeses de Pias”, com os quais integrou em 2023, como convidado, a digressão nacional e internacional de Pedro Abrunhosa. Depois de "Ribeiro", álbum que contou com a participação de Rão Kyao, editado em 2021, o cantautor Bejense lançou no final de 2024 “Invisível a meus olhos”, onde tradição e reinvenção se voltam a conjugar numa fusão com sonoridades urbanas que têm influenciado e marcado o seu percurso musical e artístico.