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Valério Romão e Os Cantadores do Desassossego

Com uma escrita crua, irónica e visceral, Valério Romão é um dos autores mais importantes da nova geração de escritores portugueses. Escreve um poema para o grupo coral Cantadores do Desassossego, de Beja.

Letra: Valério Romão
Composição musical: Cantadores do Desassossego
Interpretação: Cantadores do Desassossego

Valério Romão nasceu em França, em 1974. Licenciou-se em Filosofia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Foi três vezes seleccionado no concurso nacional Jovens criadores (2000, 2001, 2002), duas em prosa, uma em poesia. Foi o representante português da área de literatura na Bienal de Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo, em 2001, na Bósnia-Herzegovina.
Tem escrito contos (“o relojoeiro contorcionista”, revista Magma; “Facas na Cidade”, revista Construções Portuárias), peças de teatro ("Posse", no Teatro da Trindade; "A Mala", no Centro Cultural de Belém / Boxnova), feito traduções (Virgínia Woolf, Samuel Becket) e tem colaborado com diversos artistas nacionais na definição de núcleos de sentido em peças multidisciplinares ("moments of being", com Beatriz Cantinho e Ricardo Jacinto; "Peça Veloz Corpo Volátil", com Beatriz Cantinho).
O seu primeiro romance mais longo, "Autismo", foi publicado em 2012 pela editora lisboeta Abysmo e traduzido para francês. Com isto, ao lado de Gonçalo M. Tavares, Valério Romão foi selecionado em 2016 para a short list do Prémio Femina, o prestigiado prémio literário para o melhor romance estrangeiro publicado em francês. "Autismo" é o primeiro volume de uma trilogia intitulada Paternidades Falhadas, que se encerra com as obras "O da Joana" e "Cair para Dentro". Publicou também os livros "Da Família", em 2014, pela Abysmo, "Facas", pela Companhia das Ilhas, em 2013, "A Mala", pela Guilhotina, em 2014, e "Dez Razões para a Aspirar a Ser Gato", pela Mariposa Azual, em 2015.
A escrita de Valério Romão gira em torno do tema da “família” e centra-se frequentemente nas doenças (autismo ou Alzheimer) e nas experiências de uma perda trágica.

Os Cantadores do Desassossego nascem de uma reunião de amigos de Beja, Serpa, Cuba, Vidigueira, de outros concelhos e até da Holanda. Estes amigos, tendo o hábito de cantar, e alguns até com conhecimentos musicais, decidiram “oficializar” o conjunto e começaram então a ensaiar na Galeria do Desassossego, daí o nome, sob a orientação do mestre Francisco Torrão. Passaram depois por alguns locais de ensaio e atualmente ensaiam no Centro Unesco, em Beja. Os objetivos do grupo são: promover, divulgar, preservar e assegurar a sustentabilidade do cante alentejano, um compromisso por eles assumido e reforçado pela consagração do cante a Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.

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