Tiago Rodrigues e Os Ganhões de Castro Verde
O grupo de cante alentejano Os Ganhões de Castro Verde interpreta um poema de Tiago Rodrigues, umas das figuras mais proeminentes do panorama nacional e internacional do teatro.
Letra: Tiago Rodrigues
Composição musical: Paulo Ribeiro
Interpretação: Os Ganhões de Castro Verde
Tiago Rodrigues nasceu na Amadora (Portugal), em 1977. É ator, encenador, dramaturgo e produtor, recentemente nomeado como próximo Diretor do Festival d’Avignon, em França.
Desde que começou a trabalhar como ator, há mais de 20 anos, Tiago Rodrigues sempre abordou o teatro como uma assembleia humana: um local onde as pessoas se encontram, como num café, para discutir as suas ideias e partilhar o seu tempo. Nos últimos anos, obteve um reconhecimento internacional alargado e diversos prémios a nível nacional e internacional. Alguns dos seus espetáculos mais reconhecidos são By Heart(2013), António e Cleópatra (2014), Bovary (2014) ou Sopro (2017). Manteve a sua linha colaborativa em projectos como Como ela morre (2019), que escreveu para os tg STAN ou Please Please Please (2019), que criou com as coreógrafas La Ribot e Mathilde Monnier. As suas peças mais recentes são Catarina e a beleza de matar fascistas (2020); O Cerejal (2021), espetáculo que se estreou no Festival d'Avignon 2021, na Cour d'Honneur du Palais des Papes e que é a sua primeira encenação de um texto de reportório, Coro de Amantes (2021) ou Dans la mesure de l’impossible (2022), criado na Comédie de Genève.
Em 2018 foi galardoado com o XV Prémio Europa Realidades Teatrais. Em abril de 2019 foi condecorado pela República Francesa com o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras (Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres) e, em dezembro do mesmo ano, recebeu o Prémio Pessoa, uma das distinções mais relevantes em Portugal para as áreas cultural e científica. Em dezembro de 2021 o Governo Português atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural. Foi Diretor Artístico do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, durante 7 anos, entre 2015 e 2021, desenvolvendo um projeto de renovação artística dessa instituição centenária e um importante trabalho de democratização, renovação dos públicos e circulação no território português e internacional.
Formados em 1972, Os Ganhões têm levado o seu cante polifónico a todo o país e a alguns festivais internacionais, onde evidenciam uma particular importância ao aspecto etnográfico e à recolha do cancioneiro popular, tendo no seu reportório algumas das mais genuínas modas do Baixo Alentejo, numa polifonia rica em tradição mediterrânica.
Como forma de divulgar e perpetuar a sua existência, o grupo gravou os LP “Castro Verde és Nossa Terra” (1975) e “Ganhões de Castro Verde” (1980). Neste mesmo ano ganha o 1º Prémio do Concurso de Coros Alentejanos realizado na Casa do Alentejo. Desde então, regista em CD os trabalhos “Modas Alentejanas”(1994), considerado pela crítica especializada o melhor disco de música étnica, “É Tão Grande o Alentejo”(1997), “O Círculo que Leva a Lua” (2003), antologia “Terra” (2006) e “As Nuvens que Andam no Ar” (2015).
Para além dos habituais encontros de corais e oficinas de cante, Os Ganhões de Castro Verde têm integrado projectos ligados a outras áreas artísticas e musicais, tais como a dança contemporânea, o jazz e a world music. Exemplos destas parcerias são os trabalhos com o fadista Ricardo Ribeiro com quem gravaram o Fadinho Alentejano e fizeram um videoclipe ou a participação no trabalho de Spokenword de Napoleão Mira.