Rui Catalão | Mal de Ulisses
Beja, 17 jun 2023, 19h
Local Santa Casa da Misericórdia de Beja
Entrada livre
Portugal testemunhou na sua história recente duas experiências migratórias: quem saiu do país durante a ditadura e quem chegou na era da União Europeia. Fresco de uma sociedade portuguesa em rápida transformação, "Mal de Ulisses" é a nova criação dramatúrgica de Rui Catalão junto à comunidade migrante de Beja, que põe em diálogo testemunhos de um país a desaparecer e de outro a emergir.
Epopeia traumática daqueles que abandonaram os seus países de origem em busca de outro futuro, em "Mal de Ulisses" velhos emigrantes e jovens imigrantes contam as suas histórias: porque deixaram as suas famílias, os seus modos de vida, e os problemas de adaptação que enfrentaram.
Concepção, dramaturgia, texto e encenação: Rui Catalão
Direção técnica: João Chicó
Entrevistas: Madiu Furtado
Produção executiva: Marta Moreira
Produção: Irreal
Coproduções: Teatro Rivoli - Teatro Municipal do Porto, Festival Todos, Futurama - Ecossistema Cultural e Artístico do Baixo Alentejo, Teatro A Oficina, Binaural Nodar, Teatro das Figuras
Dramaturgo e encenador, Rui Catalão assina documentários cénicos densamente coreografados, onde cruza crónicas do quotidiano com memória e identidade geracional. Para além de uma série de solos autobiográficos, que teve início em "Dentro das palavras" (2010), dirigiu um coletivo de intérpretes de origem africana, que representam as suas próprias narrativas de vida e da diáspora africana (três solos foram reunidos no livro "Gente do vale", ed. Ghost). As suas últimas peças com este grupo foram "Ao abrigo da distância" e "Ivone!". Dirigiu ainda outras peças em modelo de trabalho comunitário: "Assembleia", "Judite", "Jornalismo Amadorismo Hipnotismo" e "Cortes". Adaptou ao teatro as personagens bíblicas Ester e Judite (igualmente disponíveis em livro).
Escreveu os argumentos cinematográficos de "Morrer como um homem" e "O Capacete Dourado" e é autor de monografias sobre Anne Teresa De Keersmaeker, Tiago Rodrigues, Ana Borralho-João Galante. Depois de uma carreira como jornalista, iniciou o seu trabalho artístico com o coreógrafo João Fiadeiro (1999-2003). Viveu e trabalhou na Roménia, onde integrou a emergente cena de dança contemporânea local (2005-2009). Na área pedagógica, ensina um método de tomada de consciência, controlo emocional e criação de narrativas a partir de experiências pessoais a que chamou "O jogo das perguntas difíceis".