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Joana Craveiro | Silêncios Persistentes

Serpa, 27 set 2024, 21h30h

Local Cineteatro Municipal de Serpa
Entrada livre

É uma peça teatral sobre tudo o que fica por dizer numa conversa, sobre a deterioração das imagens, sobre aquilo que as imagens não contam e aquilo que irremediavelmente se perde com os que morrem sem nós lhes termos perguntado. E sobre os segredos das famílias. E esta vontade sempre tão grande de reconstituir o que não é reconstituível. Uma performance teatral intimista sobre vozes e memórias silenciadas, à luz de um candeeiro e ao som de uma velha cassete. 

O teatro que Joana Craveiro tem vindo a desenvolver é o resultado de processos de investigação, na relação entre os acontecimentos históricos e as suas representações no presente, bem como a recolha de memórias e histórias de vidas, ou as cartografias poéticas e afetivas das cidades. Com uma dimensão tão assumidamente política quanto poética, o seu teatro emociona-nos com a capacidade de nos fazer refletir sobre quem somos e onde estamos, a partir das histórias dos outros, conhecidos e desconhecidos que ela nos coloca frente aos olhos e à recordação do presente.

Conceito, investigação, texto e interpretação: Joana Craveiro 
Assistência: Henrique Antunes 
Produção: Teatro do Vestido

Biografia | Joana Craveiro
Dramaturga, encenadora, atriz, professora, antropóloga e documentarista, Joana Craveiro é diretora artística do Teatro Vestido (que co-fundou, em 2001) e coordenadora da Licenciatura em Teatro da Escola Superior de Artes e Design, Caldas da Rainha. Doutorada pela Roehampton University, Londres. Os seus métodos criativos assentam grandemente em práticas etnográficas e na história oral. A relação entre os acontecimentos históricos e as suas representações no presente, bem como a recolha de memórias e histórias de vida, e as cartografias poéticas e afetivas das cidades são algumas das questões a partir das quais tem trabalhado e investigado. Desenvolve uma pedagogia criativa e combativa que ajuda a pensar um mundo livre de totalitarismo, xenofobia, misoginia e de racismo estrutural. O teatro que faz é político, documental e poético. É membro da rede de dramaturgos europeus Fabula Mundi e investigadora associada do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (IHC | NOVA).

Teatro do Vestido
É um coletivo teatral fundado em 2001 e cuja primeira peça, "Tua", se estreou na Galeria Zé dos Bois. Tem na sua génese a escrita de textos dramáticos originais, à procura de espaços de apresentação alternativos, assim como a observação da realidade, a investigação etnográfica e a história oral como principais metodologias de trabalho. A companhia procura constantemente novas formas de fazer um teatro autobiográfico, político, engajado e poético, através de processos colaborativos, com direção artística de Joana Craveiro. As dimensões ética, social e pedagógica são constituintes da companhia desde a sua formação em 2001, e têm tido expressão nos múltiplos projetos desenvolvidos ao longo dos seus mais de 20 anos de atividade. 
A companhia trabalha desde sempre a temática da memória e a sua relação com a sociedade e com a vida de cada um, fazendo do seu teatro um misto de autobiografia e profunda reflexão sobre a realidade envolvente. A companhia tem vindo a tentar ressignificar a prática de um teatro político e documental hoje. A poética das cidades, dos espaços devolutos, dos espaços de passagem e em transformação; a observação atenta e engajada do quotidiano; o trabalho de campo, a recolha de memórias e histórias de vida; a memória histórica, e a criação de comunidades várias, à passagem da companhia – todos estes aspetos são a marca metodológica e artística do trabalho do Teatro do Vestido. Reconhecendo-o, a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro descreveu em 2012 o Teatro do Vestido como tendo “uma actividade aberta a todas as formas de arte, atenta a todos os cidadãos e curiosa de tudo o que se passa no mundo em que as pessoas vivem”.

Duração: 50 min.

Entrada livre

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