Aurora Bauzà & Pere Jou com o Coro de Câmara de Beja | Voltar Voltar

Aurora Bauzà e Pere Jou são compositores, criadores e intérpretes na vanguarda das artes performativas. A sua principal pesquisa gira em torno da voz humana e das suas intrincadas ligações com o corpo, o movimento, o espaço, o palco e a luz. As suas composições ultrapassam as fronteiras tradicionais dos géneros artísticos, abordando a música como uma entidade multidimensional com qualidades físicas, cénicas, visuais, dramatúrgicas, expressivas e poéticas.
Bauzà e Jou apresentaram vários trabalhos de palco nos últimos anos. Estes exploram a voz humana e a complexidade da identidade a partir de diversas perspetivas, formatos e dispositivos cénicos, todos unificados pelo seu empenho em criar narrativas dramatúrgicas através da voz. No seu trabalho, desenvolvem uma prática física singular, que decompõe o movimento ressonante do som (canto) a partir do movimento visual, criando uma interação distinta. A coreografia, vista através de uma lente acústica, funde-se de forma fluida com a composição musical, formando a essência e a estrutura dramatúrgica do seu trabalho interdisciplinar.
Nascidos em Mallorca e Barcelona, respetivamente, Aurora Bauzà e Pere Jou trazem consigo uma curiosidade obsessiva em compreender o ser humano contemporâneo através dos mecanismos de produção de sentido individuais e coletivos. As suas obras, como "I Am (T)here" ou "A BEGINNING_expanded version", têm sido destacadas em eventos e instituições de prestígio, como o Grec Festival em Barcelona. Recentemente, a sua peça "A BEGINNING #16161D" foi selecionada para a edição Twenty24 do AEROWAVES. Em 2024, receberam o Premio de la Crítica de Artes Escénicas, na categoria Melhor Espetáculo de Dança, com "A Beginning_expanded version" e foram finalistas do Prémio Max, na categoria Melhor Composição Musical, com "A Beginning #16161D". Também nesta última categoria, a dupla foi distinguida com o Prémio das Artes Valencianas por  "La mort i la doncella", em 2022, e com o Prémio da Crítica por "Aquella nit", em 2021. 

O Coro da Câmara de Beja foi fundado em 1981, constituído como Associação desde 1986, e considerado pelo Governo como Instituição de Utilidade Pública em 1992. Em 1999, a Câmara Municipal de Beja atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Municipal. Apresentaram diversos concertos em Portugal continental e na Madeira, para além de atuações no estrangeiro com críticas muito elogiosas: na Alemanha (1992 e 1995), na Suécia (1994), no Canadá (1996), na Bélgica (Liège em 2009 e Parlamento Europeu - Bruxelas em 2010), na República Checa (Festival do Advento de Praga, 2011) e em Espanha (2019).
Desde 1983 e por vários anos, o Coro organizou as Semanas de Música para o Natal, através das quais atuaram em Beja largas dezenas de intérpretes nacionais e estrangeiros, de diversos estilos musicais. Por solicitação da Autarquia, realiza anualmente, e desde 1989, o Encontro de Coros de Beja. Para além de um vasto repertório a capella, abrangendo música clássica e ligeira, é de realçar a regular execução, desde 1990, de peças do reportório musical para coro e orquestra - entre outras, "Missa Alemã" de Schubert, "Stabat Mater" de Pergolesi, a cantata "Alles was ihr tut", de Buxtehude, e excertos de "O Messias", de Haendel, bem como conteúdos temáticos diversos, como coros de óperas, músicas de filmes, músicas de Natal, etc.
Atuou, por mais do que uma vez, com a Banda da Força Aérea Portuguesa, sob a direção do seu maestro titular, Tenente-Coronel Élio Murcho, assim como em espetáculos conjuntos com artistas consagrados, como António Zambujo, Anabela, Vitorino, entre outros.
Desde a sua fundação, a Direção Artística do Coro da Câmara de Beja é assumida pelo Maestro Pedro Vasconcelos.