Junto a estudantes do 2.º ano da Licenciatura em Audiovisual e Multimédia do IPBeja, o artista João Pedro Fonseca desenvolve um trabalho que envolve o uso de ferramentas digitais para a expansão da consciência do corpo como performance. Máquinas e programas de manipulação de áudio (sampling, autotune) e vídeo (scanning 3D, videomapping) abriram caminhos para uma ideia social mais democrática e sensível.
Um dos muitos resultados desta experiência foi a composição coletiva do álbum "Deambulações Performativas entre o Audiovisual e a Multimédia", cujas faixas, do experimental ao pop, foram criadas de raiz por cada aluno, que escolheu o seu nome de artista e o título da música. Disponível gratuitamente em pambeja.bandcamp.com.
João Pedro Fonseca (n. 1990, Lamego) é um artista transdisciplinar sediado em Lisboa com um trabalho dedicado à espectralidade, ao animismo, à transcendência, aos territórios experimentais e às propriedades imateriais. Dirige, juntamente com a artista Carincur, o movimento de criação e investigação entre arte, tecnologia e ciência ZABRA, as residências artísticas ZONA e é presidente da Zigur Artists / ZIGURFEST.
Desenvolve um trabalho cenográfico e de desenho de luz nas artes cénicas, contando com várias peças de teatro, ópera e dança, já tendo trabalhado com Albano Jerónimo, Carlos Pimenta, Miguel Moreira, Olga Roriz ou Gaya de Medeiros, passando por casas como o Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Nacional do São João, CCB ou Centro Cultural Vila-Flor.
É focado maioritariamente na expressão da videoarte, instalação e performance, destacando-se em festivais nacionais e internacionais – Entreolhares, Fuso, Loops.Lisboa, Videoformes, ARTNIT e FICMA – e passando por espaços como a Fundação Champalimaud, o Teatro do Bairro Alto, MNAC, Appleton, maat, Galeria Tomaz Hipólito ou MONO.
O corpo, a cenografia e os visuais são uma tríade inseparável nas suas criações performativas, com destaque para a trilogia "Extinção" (2019), "Entre" (2022) e "Wired Dreams" (2023). Em 2022, ganhou a bolsa VIVIFICAR - EEA Grants, promovida pela Islândia, Liechtenstein e a Noruega, com a qual realizou a curta "Corten". Nas suas criações, já contou com nomes como Carincur, Manuel Bogalheiro, Angélica Salvi, Joana Guerra, João Valinho, Rui Monteiro, João Cristóvão Leitão, Eduardo Breda, Joana de Verona ou Nuno Gama.