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Joana Vasconcelos, Helena Rosa e Fátima Mestre

Mértola, 30 jul 2022, 17h

Local Oficina de Tecelagem de Mértola
Entrada livre

Esta primeira Constelação em Mértola reúne a conceituada artista visual Joana Vasconcelos, que tem uma prática aprofundada em esculturas e instalações têxteis, e as tecedeiras da Oficina de Tecelagem de Mértola, Helena Rosa e Fátima Mestre, que fazem sobreviver esta que é uma das mais antigas artes tradicionais da região.

No último fim-de-semana de cada mês decorrem as Constelações, sessões que reúnem artistas contemporâneos e representantes de práticas tradicionais do Baixo Alentejo para um momento único de diálogo e de experimentação. As sessões abordam temas como a oralidade, a fisicalidade e a visualidade, na relação com o Alentejo. Junta-te a nós na Oficina de Tecelagem de Mértola e participa neste encontro.

Nascida em 1971, Joana Vasconcelos é uma artista plástica com cerca de 30 anos de carreira, reconhecida pelas suas esculturas monumentais.

Inspirando-se tanto em referências pop como na opulência do barroco, o corpo de obra de Joana Vasconcelos reúne uma enorme variedade de meios e materiais, expandindo-se do desenho ao vídeo ou ao têxtil, em esculturas imersivas e instalações site-specific que dialogam com a arquitetura do lugar e convocam a interação do público. Através de um processo criativo assente na descontextualização de objetos e na recriação de símbolos, a artista portuguesa estabelece o diálogo entre o ambiente doméstico e o espaço público, entre a tradição popular e a alta cultura, entre o saber fazer antigo e a tecnologia da modernidade. Com humor e ironia, questiona o estatuto da mulher, a sociedade de consumo e a identidade coletiva, oferecendo novas perspetivas sobre a realidade.  

A aclamação internacional chegou em 2005 com A Noiva na primeira Bienal de Veneza curada por mulheres; onde marcou presença por sete vezes no total e voltaria em 2013 ao leme do Trafaria Praia, primeiro pavilhão flutuante da Bienal, representando Portugal. A mais jovem artista e única mulher até hoje no Palácio de Versalhes, a sua exposição de 2012 foi a mais visitada na França em 50 anos. Em 2018, tornou-se a primeira artista portuguesa a expor no Guggenheim Bilbao, com uma das retrospetivas de maior afluência na história do museu, alcançando o quarto lugar no Top 10 das exposições anuais do The Art Newspaper.

Ao longo dos anos, a sua obra passou por grandes museus e galerias do mundo, tais como: Palazzo Grassi, The Thyssen-Bornemisza, Royal Academy of Arts, Manchester Art Gallery, CCBB de São Paulo, Istanbul Modern, Moscow's Garage Center for Contemporary Culture, La Monnaie Paris, Palais de Tokyo e Hermitage. A sua arte marca presença em grandes coleções internacionais, como as de Calouste Gulbenkian, Coleção Berardo, The Ömer Koç, Tia Collection e das fundações François Pinault e Louis Vuitton.

No total, foram atribuídos à artista plástica mais de 30 prémios. Venceu o Prémio Novos Artistas Fundação EDP em 2000, foi considerada Personalidade do Ano pela Foreign Press Association em 2012 e recebeu o Prémio de Arte Contemporânea em Israel em 2013. Agraciada com o grau de Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique pela Presidência da República Portuguesa em 2009, em 2022 tornou-se Oficial da Ordem das Artes e Letras pelo Ministério da Cultura Francês.

Em 2012, criou a Fundação Joana Vasconcelos, com o objetivo de promover a arte para todos. Além de gerir a sua coleção de arte, esta instituição colabora regularmente com outras entidades filantrópicas no apoio a causas sociais, através de iniciativas de angariação de fundos, bem como da criação de edições especiais. Todos os anos concede bolsas de estudo, no contexto da parceria desenvolvida com a Universidade de Évora, de forma a incentivar o estudo das artes.

Uma das mais antigas artes tradicionais da região é, certamente, a tecelagem de mantas de lã. Na Oficina de Tecelagem de Mértola, onde é ministrada formação contínua, uma cooperativa de tecedeiras encarrega-se de fazer sobreviver esta tradição. Os motivos decorativos destas mantas assemelham-se a uma gramática ornamental filiada em antigas tradições berberes e que também encontramos impressas em materiais arqueológicos.

No espaço da própria oficina está organizada uma mostra de antigos instrumentos ligados à atividade da lã e do linho, assim como uma exposição de tecidos fabricados na oficina e nos povoados serranos do concelho.

Atualmente na Oficina de Tecelagem de Mértola o som do tear é resultado das mãos hábeis e conhecedoras das tecedeiras Helena Rosa e Fátima Mestre.

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